Alternativos porque representam uma alternativa aos média tradicionais, sem tirar mérito a estes canais. Contam histórias que não passam nestes meios de maior alcance, propõem narrativas e formatos disruptivos, constroem comunidades próximas – talvez por isso também possam ser chamados de ‘média comunitários’. A designação de ‘Média Alternativos’ não é, portanto, depreciativa, representando uma alternativa como um complemento aos meios e formatos pré-existentes; surgem com modelos de monetização diferenciadores ou inclusive assentes em organizações sem fins lucrativos.
Em Portugal, os grandes e principais órgãos de comunicação social são detidos directa ou indirectamente por poderes económicos e políticos com interesses bem vincados. Nos últimos anos, têm nascido em Portugal diferentes publicações que procuram contrariar essa tendência e estabelecer uma alternativa no panorama mediático nacional.
Esses meios têm vindo a fazer um trabalho muitas vezes excepcional de jornalismo, destacando narrativas, vozes e histórias que não aparecem nos média tradicionais. Contribuem para um meio democrático mais plural e sobrevivem com poucos fundos, porque o sistema económico e regulatório não está desenhado para eles.
Os média alternativos não se acham melhores que os outros. São diferentes porque respondem apenas às preocupações e motivações das pessoas que compõem a sua redacção, num diálogo constante e aceso com a comunidade que os segue. Organizam-se em estruturas horizontais que permitem o envolvimento de toda a equipa nas decisões, num espírito de cooperação e criatividade.
Existem vários casos de estudo ou de sucesso de imprensa alternativa noutros países. Espanha, por exemplo, tem um mercado muito dinâmico, com projectos como o Publico, o CTXT ou o Nueva Sociedad. Em França há uma Comissão de Media Independentes. Em Itália encontramos o Inpiu ou o Ytali. No Brasil, a Agência Pública traça um mapa dos projectos de comunicação social existentes no país.