São três as investigações a que o Fumaça se propõe e que estão em crowdfunding através da plataforma portuguesa PPL: “Presos e Prisões. Com que Direito?”; “Bairros PERdidos” e “Mulheres Esquecidas. Um ar que se lhes deu”.
Depois de em Março ter lançado e depois suspendido uma ambiciosa campanha de crowdfunding para financiar três investigações, o Fumaça volta a colocar no ar a campanha. “Começámos este projecto no início de Março, com o objectivo de financiarmos os novos trabalhos em que nos iríamos focar durante 2020, mas o estado de emergência e a pandemia de Covid-19 trocaram-nos as voltas. Toda a gente tinha mais em que pensar e ninguém sabia muito bem o que fazer ou como se comportar durante esses meses. Mas passou algum tempo e está na hora de definirmos prioridades”, lê-se numa nota agora divulgada.
“Decidimos relançar três dos temas que consideramos mais importantes e que, nos tempos de incerteza e crise que se desenham, afectam grupos de pessoas recorrentemente colocadas à margem, pouco ouvidos, que estão longe dos holofotes. Quando toda a gente parece estar a dar atenção apenas a um tema, é importante olhar para o que não é notícia do dia-a-dia”, escreve a equipa do Fumaça.
São três as investigações a que o Fumaça se propõe e que estão em crowdfunding através da plataforma portuguesa PPL: “Presos e Prisões. Com que Direito?”; “Bairros PERdidos” e “Mulheres Esquecidas. Um ar que se lhes deu”. No total, o Fumaça pede 20 300 euros: 9000 euros para a investigação sobre as prisões portuguesas, 5900 euros para a dos bairros esquecidos e 5400 euros para a das mulheres esquecidas. Consoante o valor com que apoias, podes ter acesso aos documentos e arquivos utilizados pelo Fumaça nas investigações, participar gratuitamente num workshop ou até dar uma ajuda na edição final da reportagem. Os valores – que acrescem aqueles que o Fumaça já recebe por via de donativos – vão permitir pagar a jornalistas, engenheiros de som e ainda suportar custos de deslocação.
Na página dedicada ao crowdfunding, são partilhadas breves descrições de cada uma das investigações e nas respectivas páginas no PPL é possível ler mais. Percebe-se também que o Fumaça não vai ficar por aqui e em breve irá querer financiar mais duas investigações: uma sobre autismo e outra sobre escravatura.
Presos e Prisões. Com que Direito?
No final de 2018, 12.867 pessoas estavam presas nos 49 estabelecimentos prisionais e 154 jovens internados nos oito centros educativos existentes em Portugal. Para quê e para quem foram construídos os serviços prisionais e de reinserção? Há um ciclo de institucionalização? O que se passa para lá muros? E deixarão alguma vez as prisões de os ter?
Bairros PERdidos
Em 1993, o Programa Especial de Realojamento (PER) prometia terminar com todos os bairros de barracas, realojando quem lá vivia em habitações dignas. Passados mais de 25 anos, parte da promessa ainda está por cumprir. O que é feito dessas famílias? Que alternativas tiveram? Onde vivem as que foram retiradas dos bairros demolidos?
Mulheres esquecidas. Um ar que se lhes deu
Muitas mulheres têm sido esquecidas pela História. As suas vidas não são contadas, as suas vozes parecem perder-se no éter. Ficaram à margem. Ao longo de centenas de anos, líderes, cientistas, artistas, políticas, activistas foram excluídas dos relatos. A que mulheres não se permitiu o devido (re) conhecimento? Isso continua a acontecer, hoje?