A Strong Charon, uma das maiores empresas de segurança privada em Portugal, ameaça iniciar “procedimentos criminais” contra três jornalistas do Fumaça.

Na semana em que irá publicar o episódio final de Exército de Precários, uma série de oito capítulos construída a partir de uma investigação de dois anos no interior da segurança privada, o Fumaça recebeu na sua redacção uma carta enviada pela advogada da Strong Charon, uma das maiores empresas de segurança privada em Portugal, parte do grupo Trivalor.
A missiva – que pode ser consultada aqui – ameaça iniciar “procedimentos criminais” contra três jornalistas do Fumaça envolvidos na produção de Exército de Precários. Acusa o Fumaça e em particular os três jornalistas de fazer “imputações falsas e altamente ofensivas do bom nome e honra da Strong Charon” no sexto e sétimo episódios da série – respetivamente, “Monarquia” e “Vampiros”. Adverte o órgão de comunicação social de que deve “retirar de imediato as publicações referidas” e, ainda, de que deve abster “de proceder a quaisquer outras publicações ofensivas do bom nome e reputação da Strong Charon”.
Acusa a Strong Charon de o Fumaça não ter “tido o cuidado de averiguar da veracidade” dos factos reportados em Exército de Precários; de a empresa ter sido “surpreendida com o teor” do audiodocumentário e de o projecto de jornalismo independente, dissidente e progressista não ter ponderado “o alcance dos danos” que o nosso trabalho lhe causaria – “irreparáveis”, considera a empresa.