Shifter procura artigos e oferece remuneração justa

Revista portuguesa que se tem vindo a reposicionar numa lógica de jornalismo de profundidade dá “mais um passo” na sua estratégia de se tornar num meio “aberto, plural, comunitário, com expressão na sociedade portuguesa”.


Fotografia cortesia de Shifter

O Shifter, que se tem vindo a posicionar como uma “revista de reflexão e jornalismo contextual em português”, disponibiliza agora um formulário através do qual qualquer pessoa poderá sugerir artigos ou enviar trabalhos que já tenha feito – por exemplo, no âmbito académico – para publicação na edição digital ou física do Shifter. Os textos seleccionados serão remunerados.

Os artigos, que poderão ser longos (entre 1500 e 3000 palavras) ou de extensão regular (entre 700 e 1000 palavras), deverão enquadrar-se na linha temática e editorial do Shifter:

  • Cultural: divulgação e crítica de momento culturais de relevo que dialoguem com as restantes temáticas;
  • Digital: análise e crítica da digitalização das sociedades, novas tecnologias e planos de regulação;
  • Social: questões de direitos humanos, política internacional, grandes temas da contemporaniedade.

Poderão ser reportagens, entrevistas, ensaios, crónicas ou textos de outro género sobre “temas ou perspectivas não representadas nos media mainstream”, como se pode ler na comunicação do Shifter. A expectativa dos responsáveis do projecto é que através do formulário possam ser submetidas ideias ainda por realizar, sendo que depois a equipa do Shifter ajudará na sua concretização, mas poderão ser também enviados trabalhos já realizados, por exemplo, no âmbito de uma licenciatura ou mestrado.

Ao longo dos últimos meses, o Shifter tem-se vindo a reposicionar-se numa lógica de jornalismo de profundidade, produzindo ensaios, reportagens, entrevistas e outros tipos de conteúdos que convidam o leitor à reflexão e desenvolver espírito crítico sobre temas centrais na sociedade actual. Mas quer ser também “uma plataforma comunitária de publicação”, onde seja possível “promover um espaço público mais alargado e participativo”, através de “abordagens diversas e plurais, que cruzem temáticas, espoletem um pensamento crítico e exprimam diversas sensibilidades”.

O Shifter está aberto a artigos de qualquer tema, sendo o mais importante a abordagem que a pessoa proponha. Os artigos escolhidos pela equipa do projecto para publicação serão remunerados de acordo com o valor tabelado pelo Shifter, que não foi revelado, e mediante facturação. Quem quiser saber mais sobre este processo, poderá contactar o Shifter pelo e-mail pessoas@shifter.pt.

“Para a generalidade das pessoas pode não ser nada de assinalável, especialmente para aqueles que não acompanham de perto o panorama jornalístico português, mas hoje é com (algum) orgulho que pomos em prática mais um passo da nossa estratégia para nos tornarmos num media aberto, plural, comunitário, com expressão na sociedade portuguesa”, partilhou João Gabriel Ribeiro, director do Shifter, na sua página de Facebook. “Pela primeira vez pedimos textos e colaborações, porque com muita dedicação temos pela primeira vez dinheiro que nos permite pagar um valor que consideramos justo. Temos porque conseguimos, porque trabalhamos para isso, todos os dias, fazendo coisas que o leitor não imagina para podermos continuar a oferecer bom conteúdo. Porque contamos com umas centenas de apoiantes do Patreon que nos ajudam a custear parte dos custos fixos. Porque temos apoio de empresas portuguesas que ajudam a manter a máquina ligada. E porque desde o principio que tínhamos vontade de abrir as portas, partilhar a plataforma como parte da nossa visão do que é o jornalismo de futuro. Realmente independente.