Samuel Alemão, fundador d’O Corvo, jornal digital e local sobre Lisboa que editou entre 2013 e 2019, quis preservar o projecto com dignidade e, por isso, trabalhou com a plataforma Arquivo.pt.
O jornal digital e local O Corvo, que marcou a cidade de Lisboa entre 2013 e 2019, transitou todo o seu arquivo para a plataforma portuguesa Arquivo.pt. “É importante preservar o jornalismo que foi feito. A memória não pode ser rasurada, ainda para mais neste tempo em que vivemos e em que há uma poeira digital. Os artigos jornalísticos que foram feitos são documentos históricos”, disse Samuel Alemão, fundador do jornal, numa entrevista à revista Lisboa Para Pessoas em Julho.
O Arquivo.pt é uma plataforma pública, gerida pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), que tem como missão preservar a internet portuguesa – as suas páginas, imagens, ficheiros… – e, dessa forma, permitir que os conteúdos que se publicaram num determinado espaço temporal não se percam e possam ser preservados e encontrados no futuro. Para Samuel Alemão, jornalista, este trabalho de arquivo é muito importante e, em meados deste ano, entrou em contacto com o Arquivo.pt no sentido de manter O Corvo disponível sem depender do serviço de alojamento que algum dia iria deixar de pagar.
Agora, quem acede à página inicial ou a um artigo d’O Corvo vai encontrar a seguinte mensagem, juntamente com um botão que reencaminha o visitante para a plataforma Arquivo.pt:
O jornal O Corvo (www.ocorvo.pt) teve actividade editorial entre 1 de Março de 2013 e 29 de Maio de 2019. Toda a produção jornalística desse período encontra-se preservada no portal público Arquivo.pt.
Em Julho, Samuel referia ser “um grande obcecado por memória” e “daqueles que guarda dossiers com jornais lá em casa”, querendo “preservar o projecto [d’O Corvo] com dignidade”. Para este fim, o jornalista usou o próprio Arquivo.pt para recuperar algumas das imagens que tinha perdido d’O Corvo entre mudança de layout e de servidores, um trabalho que disse querer terminar durante o Verão.