Literatura
Quem já estudou os alternativos
Community radio stations sustainability model: an open-source solution
Autores: Rute Correia, Jorge Vieira, Manuela Aparício
Repositório: ISCTE
Data: 2019
Community radio stations are important social-inclusion structures, empowering communities through media access and production, reinforcing their ties with the wider civil society. The free and open-source software movement has been established since the 1980s, founded on the freedom to use, to study, to share and to improve a software’s source code. It focuses on sharing knowledge, enabling action within a community towards a common goal. With millions of projects and market dominance in specific areas of IT, open source is one of the most successful community movements of our time. In this article, we argue that theoretical frameworks and other insights drawn from the open-source movement can be valuable tools for understanding and critically analysing the designated community radio sphere in terms of technology, content creation and community management to provide a sustainable broadcast practice, expanding already-existing inclusive environments and potentiating empowerment through participation.
O impacto da mudança de algoritmo do Facebook nos media alternativos Fumaça e Outras Palavras
Autores: Lina Moscoso Teixeira
Repositório: Universidade do Minho
Data: 2019
Na era da informação, a lógica dos dados e das novas tecnologias usada pelos media sociais é responsável pela comunicação noticiosa nos dias atuais. Redes sociais, como Facebook e Instagram, são os principais meios de informação. No entanto, os algoritmos ditam regras dentro do Facebook, por exemplo. Eles são capazes de selecionar conteúdos a serem priorizados com base nas próprias escolhas dos usuários, por meio dos cliques em postagens e/ou gostos, comentários, visualizações e partilhas de publicações de outros utilizadores, sejam pessoas, empresas, meios de comunicação, associações, organizações ou grupos. Assim, media alternativos, ou seja, meios de comunicação independentes e que propõem um modelo de contra-hegemonia no ciberespaço, foram impactados, de certa forma, com a personalização do Facebook, no sentido da audiência, em número de visualizações de conteúdos ou simplesmente pela necessidade de investirem em conteúdos pagos. Esses media lançam mão, ainda mais, de novas tecnologias, com a finalidade de aumentar o número de seguidores. São transformações no cenário global que interferem na produção e no consumo da informação. A presente pesquisa avalia o impacto da mudança de formato do algoritmo do Facebook nos media alternativos Fumaça e Outras Palavras. O estudo exploratório, por meio da observação, além das entrevistas, concluiu que Outras Palavras investiu em transformações em sua página do Facebook, em virtude da personalização, já Fumaça passou a pagar pela promoção de conteúdos.
Plataformas de Financiamento Coletivo na Economia Política dos Média Alternativos
Autores: Lina Moscoso Teixeira, Ana Jorge
Repositório: Comunicação e Sociedade
Data: 2021
Os média alternativos abordam assuntos que não são tratados pelos meios de comunicação tradicionais e dão enfoque a temáticas voltadas à defesa dos direitos humanos. Surgidos no ambiente digital, tiram partido dos baixos custos de distribuição e das potencialidades de participação do público. De forma crescente, os média alternativos utilizam plataformas de crowdfunding ou financiamento coletivo como modelo de manutenção das atividades. Estas plataformas que permitem o patronato não alojam nem publicam conteúdo, mas estão inseridas num ecossistema com outras plataformas que visam obter dados e transformá-los em valor económico. O presente artigo mapeia a forma como média alternativos de Portugal, Espanha e Brasil articulam as plataformas de crowdfunding com as suas estratégias de financiamento, por um lado, e com as plataformas de redes sociais, por outro. O estudo pretende debater as possibilidades e limitações das diferentes plataformas de financiamento coletivo para estes meios. O desenho metodológico inclui entrevistas pessoais, observação online sobre os média alternativos e uma análise de conteúdo sobre o seu financiamento e concretamente as plataformas digitais de financiamento. Os média alternativos articulam o seu uso de plataformas de crowdfunding com as de redes sociais, num trabalho constante de demonstração da relevância do tipo de jornalismo que praticam e do seu contributo social em busca do envolvimento do público enquanto financiador.
A repercussão dos média alternativos no ciberespaço: estudo comparativo das páginas “Outras Palavras” e “O Corvo”
Autores: Lina Moscoso Teixeira, Ana Jorge
Repositório: Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Data: ?
O presente trabalho discute a ressonância dos média alternativos no espaço virtual, a partir da análise comparativa dos meios online com perfis no Facebook: jornal “O Corvo”, português, e a página brasileira “Outras Palavras”. Média alternativos rompem com a censura proveniente de dependências comerciais, em uma esfera à parte dos mainstream media. Um novo tipo de fazer jornalismo que fomenta a democracia e o pensamento emancipado. “O Corvo” é classificado como média comunitário, já “Outras Palavras” assume-se como comunicação compartilhada e pós-capitalista. O artigo mede a reação dos usuários diante deste tipo de comunicação que vem sendo semeada e oferece uma gama de considerações a serem discutidas sobre jornalismo independente, incluindo a dimensão da sua sustentabilidade. Para tanto, foram realizadas análises de peças publicadas pelos meios em seus perfis do Facebook e entrevistas com leitores e não leitores dos veículos. Assim, concluiu-se, após as observações, que a imprensa de contra-hegemonia ganhou ambiente de propagação de conteúdos com a emergência da internet. Os meios estudados divulgam textos críticos que problematizam assuntos polémicos e provocam reflexão; fornecem informações, antes omissas quando da massificação dos média ao leitor. Portanto, alcançam o público não só pelos conteúdos, mas também pelo investimento em meios digitais.
Culturas de resistência e média alternativos: os fanzines punk portugueses
Autores: Paula Guerra, Pedro Quintela
Repositório: Universidade de Coimbra
Data: 2016
Embora a produção de fanzines anteceda o surgimento do punk, a verdade é que foi com ele que os fanzines se tornaram relevantes enquanto espaços de liberdade de pensamento e criação, bem como enquanto alternativa aos meios de comunicação convencionais. Desde a década de 1970 o universo dos fanzines expandiu-se, não só temática e estilisticamente, como também se alargou a sua cobertura territorial e se ampliaram os suportes comunicacionais utilizados na sua produção e difusão. Neste artigo, propõe-se uma abordagem que vai para além da realidade anglo-saxónica e pretende olhar para fanzines como “comunidades” fundadas em torno de um objeto cultural, na produção de textos, fotos e outros materiais a respeito da cena punk em Portugal, desde 1978 até à atualidade. A partir de um grande conjunto de fanzines punk portugueses analisam-se as formas de produção, o design e tipografia, os principais temas focados, os canais de distribuição, as bandas, cenas e estilos de vida abrangidos. Os fanzines são aqui entendidos como média alternativos da modernidade tardia, capazes de revelar o movimento punk e o ethos DIY associado a ele. Procura-se entender qual foi e é ainda a sua relevância no contexto da cena punk portuguesa. Finalmente, procura-se identificar alguns padrões de evolução e mudança.
Community Radios in Portugal: Mapping an Overlooked Alternative Media
Autores: Miguel Midões
Repositório: Online Journal of Communication and Media Technologies
Data: 2021
In Portugal, community projects that involve broadcasting already appeared in the 21st century. These were linked to the development of the Internet, their primary place of existence, because there were no transmissions for the radio waves in FM. The Law of Radio in Portugal does not include a third broadcasting sector, which means these community radios were not, officially speaking, community projects. In this regard, how should one look at this? How many radios are there? If they are community projects, what kind of characteristics do they present? These are some of the questions that guide our research and inquiry. Furthermore, it is not easy to move forward with a community definition of radio, as we will see according to some authors. These community radios represent a change, a new time in which the shared production and the civic participation assume an added importance. Thus, this work’s focus is to create a paradigm of criteria that will allow us to analyze and classify the Portuguese community radios, based on an extensive bibliographical research.
O terceiro setor de radiodifusão em Portugal: mapeamento e caracterização das rádios comunitárias
Autores: Miguel Midões
Repositório: Universidade de Coimbra
Data: 2021
Em Portugal, a rádio tem vindo a ser paulatinamente mais estudada pela academia, porém, sem que haja estudos específicos acerca das rádios comunitárias. A lei da rádio portuguesa não prevê a sua existência, mas o potencial da Internet e a massificação de ferramentas e de recursos de produção e edição de som abriu espaço à criação destas emissoras de índole comunitária que transmitem exclusivamente online. Por conseguinte, abordamos as rádios locais pela sua ligação com as comunidades e a sua génese de localidade, muito embora este elo esteja a enfraquecer nos últimos anos devido ao contexto económico frágil que o setor atravessa e à crescente absorção em emissões em cadeia. A diversidade da realidade internacional é aqui caracterizada, com o intuito de melhor enquadrar a especificidade do caso português. Estas emissoras desempenham uma função social de relevo e, em muitos casos, estão previstas na lei que regula o setor da radiodifusão, recebendo apoios estatais ao seu funcionamento e estando estabelecidas como um terceiro setor de radiodifusão, alternativo aos setores público e privado. Esta pesquisa foca-se no mapeamento das rádios comunitárias portuguesas, nomeadamente na identificação de projetos existentes e na sua caracterização, no que concerne aos seus objetivos e missão, tipo de propriedade e receitas, gestão e participação comunitária, e comunidades envolvidas na sua dinamização. A etapa inicial desta pesquisa consistiu na realização de estudos exploratórios que permitiram identificar emissoras que se autonomeavam de comunitárias, eram abertas à comunidade e transmitiam online. Estes projetos são vocacionadas para comunidades específicas e não têm registo na ERC (Entidade Reguladora da Comunicação). Concretamente, é nestas que a investigação se centra, não descurando a existência de outras que, ainda que possam ter caraterísticas de comunitárias, estão identificadas como rádios locais e rádios universitárias, à luz da lei da rádio portuguesa. Excluídas ficam também aquelas que estão à margem de emissões online, como por exemplo as rádios-escola. A metodologia utilizada foi mista, cruzando métodos qualitativos e quantitativos, sustentados no mapeamento como processo de investigação. Primeiramente, com vista à recolha de dados foram analisados os sites e as redes sociais em que estas emissoras estão presentes e divulgam os seus programas. Para complementar a informação recolhida por esta via, foram realizadas entrevistas a fundadores, diretores ou voluntários das rádios. Posteriormente, visando analisar a informação obtida, foi criada uma grelha, que permitiu efetuar uma análise de conteúdo e adir ao mapeamento efetuado. Foram identificados 21 projetos online com potencial de rádio comunitária, entre 2015 e 2018, através da definição de conceitos primários e conceitos secundários, pesquisados em motores de busca; uma identificação complementada com recurso a pesquisa bibliográfica. Os resultados demonstram que, ainda que tímido, existe um terceiro setor de radiodifusão em Portugal, confirmando-se a existência de rádios comunitárias. Estas emissoras não têm fins lucrativos e são criadas por grupos de cidadãos, maioritariamente sem qualquer representação legal. Conclui-se também que existe uma componente musical acentuada nas suas emissões, com programas musicais de autor ou de playlist. A diversidade de conteúdos é, ainda assim, significativa, com o tempo de antena a ser preenchido com programas de notícias e informação, entrevista e magazines culturais. Motivado pela ausência do seu estatuto legal, confirma-se que as emissões são exclusivamente online e dinamizadas por voluntários. Evidencia-se que as rádios comunitárias portuguesas estão abertas à participação das comunidades, nomeadamente ao nível da gestão e na criação das grelhas de programas, denotando-se que a acessibilidade é, em vários casos, condicionada pelas estruturas das emissoras.